O estudo desenvolvido pelo doutorando do PPGMCS/UFT André Peres, e pelos professores Marina Figueiredo e Paulo Bermejo (NExT/UnB) e David Prata e Waldecy Rodrigues (PPGMCS/UFT) foi publicado na revista International Journal of Environmental Research Public Health (Qualis A1 e JCR 3,390).

 

 

A pesquisa analisou no período de 16 de fevereiro de 2020 a 1º de janeiro de 2021, os 98.025 óbitos ocorridos no Brasil por Covid-19 em pessoas com idade entre 1 e 70 anos.

 

O propósito foi identificar o impacto social pela prematuridade desses óbitos, ou seja, quantos desses óbitos ocorreram antes dos 70 anos de idade. No período do estudo foram estimados mais de 1,2 milhões de anos potenciais de vida perdidos (APVP ou no inglês YPLL), a maioria deles por óbitos entre homens (60,5%).

 

Os indígenas, embora com menor número de mortes tiveram a maior média de APVP. Esse tipo de estudo ajuda a compreender outros impactos causados pela Covid-19 e como eles afetam grupos populacionais distintos.

 

Em 69,5% dos óbitos, as pessoas apresentavam algum fator de risco, sendo doenças cardíacas, diabetes e obesidade os mais prevalentes em ambos os sexos. Comparado a outros causas de mortalidade, em alguns dos estados brasileiros, o APVP por Covid-19 foi maior que os óbitos por outras doenças respiratórias e mesmo de acidentes de trânsito ocorridos em 2019.

 

Além disso, no mesmo período foi estimado excesso de mortalidade de mais de 122.914 óbitos acima do esperado para o período. Tanto o APVP quanto excesso de mortalidade podem ajudar a priorização de intervenções de saúde, como a vacinação, recomendações de lockdown ou distribuição de máscaras faciais em áreas ou para populações mais vulneráveis.

 

Confira o estudo na íntegra acessando: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/34300077/.